ESQUIAR EM BARILOCHE: o que NÃO te dizem sobre esquiar na Argentina.

Bariloche é um destino muito especial para todos os brasileiros que buscam curtir um frio, boa comida e, claro ver a neve e até esquiar pela primeira vez. Mas é importante destacar também o que não te dizem sobre esquiar em Bariloche, e é isso que vamos fazer nesse post.

Inclusive destacando, no item final, porque você NÃO deve escolher Bariloche para aprender a esquiar.

Bom, fui recentemente à Bariloche, especialmente para esquiar no Cerro Catedral – a montanha em que fica sua estação de esqui – e percebi várias coisas que são pouco mencionadas pelos tantos brasileiros que visitam essa bela cidade argentina, já carinhosamente apelidada de BRASILoche.

Se você preferir ver minha avaliação mais completa e detalhada em vídeo, com belas imagens, vou deixar o vídeo do canal sobre o tema aí abaixo. Mas caso contrário, segue também a minha avaliação mais objetiva, e por escrito aqui no blog.

Para simplificar, vou avaliar os pontos em tópicos, na sequência abaixo:

1 – CUSTO DE ESQUIAR EM BARILOCHE

Aqui, um dos maiores mitos que são divulgados, qual seja, o de que seria barato esquiar em Bariloche. Não, não é. Apesar de a inflação galopante e mudanças constantes no câmbio dificultarem uma melhor avaliação, o passe para usar os teleféricos (necessários a todos que vão esquiar para além daquelas rampinhas na base da montanha) estava a preço de SUÍÇA, e mas caro do que os passes dos Alpes Franceses e de tantos outros lugares da Europa, por exemplo.

Me custou mais de US$ 60,00 por dia, sendo que esquiar em Les Houches, na região de Mont Blanc nos Alpes Franceses sai a aproximadamente US$ 30,00. Pelos mesmos US$ 60,00, você comprará um passe que lhe permitirá esquiar por quase toda a região de Mont Blanc, e um pouco mais, incluirá o direito de esquiar na Suíça e na Itália ainda.

Claro que o custo de hospedagem e comida é um pouco inferior em Bariloche, mas também não tanto como divulgam. É mais barato que o Brasil, mas não é “de graça”, nem tem uma diferença tão brutal como andam divulgando.

E além dos passes mais caros – e que pesam muito numa viagem de esqui – o aluguel de equipamentos também supera bastante o valor de muitas regiões de esqui europeias, como a França e Andorra, e mesmo com Bariloche oferecendo, em geral, uma qualidade inferior de equipamentos.

Isso ocorre, provavelmente, porque Bariloche vive tão cheia de brasileiros que tem pouca experiência no assunto, e que certamente têm a impressão de que esquiar “é esporte de milionário” (o que não é, apesar de não ser barato), que acabam aceitando de bom grado pagar os preços que são cobrados por lá. Fique atento.

No vídeo que menciono acima, falo um pouco mais do tema e explico ainda as questões envolvendo o novo “Câmbio MEP” que, na minha opinião, tornou extremamente vantajoso parar de trocar reais ou dolares por pesos argentinos e passar a usar mais o seu cartão de crédito, em especial se possui um cartão da WISE, NOMAD, Global Account (do Banco Inter) etc..

Se não possui, segue o link da WISE: https://wise.com/invite/dic/victorr1524 (£ 15,00, equivalente a R$ 92,00 de desconto na primeira utilização para envios acima de £200,00)

2 – INFRAESTRUTURA APENAS MEDIANA

Se comprar os passes de esqui custasse menos em Bariloche, eu não faria a observação deste tópico. Mas cobrando preços europeus, acabei sendo forçado a avaliar sua infraestrutura nos mesmos patamares europeus. E Bariloche fica MUITO atrás.

O fato de a principal telecabina (teleférico) da estação, o AMANCAY, ser uma verdadeira peça de museu, lenta, apertada e pequena, é mesmo uma vergonha para o Cerro Catedral.

Com uma arrecadação altíssima (já que a estação vive lotada) e dolarizada, é impensável imaginar uma telecabina com décadas de vida, extremamente apertada e antiga, além de lenta, para levar não só os esquiadores a um ponto importante da montanha, como todos os turistas que lá vão só para apreciar as vistas lá de cima e visitar o restaurante lá situado.

Além disso, há poucos canhões de neve espalhados pela montanha, o que faz com que se parar de nevar por alguns dias, diversas pistas já tenham que ser fechadas, concentrando os esquiadores em poucos pontos da montanha e tornando um inferno – e nao uma diversão, como deveria ser – um dia de esqui.

Isso sem falar no perigo de juntar tanta gente, de tantos níveis de habilidade diferentes, em pouquíssimas pistas que permitam chegar à base da montanha.

Os muitos teleféricos antigos espalhados pela montanha também acabam por ajudar a criar filas, já que tem seu funcionamento interrompido no menor sinal de ventos mais fortes, e são extremamente lentos o tempo todo. Há 3 ou 4 teleféricos modernos e de boa capacidade (dada a visitação e lotação do Cerro Catedral) por lá.

E mesmo, vale lembrar, cobrando preços altos e estando sempre com um altíssimo número de visitantes.

3 – NÃO É O LUGAR IDEAL PARA APRENDER!!!!!

Definitivamente, Bariloche NÃO é o lugar ideal para você dar seus primeiros passos no esqui, e por diversos motivos.

Um deles é ser caro: se você vai aproveitar pouco a montanha inicialmente, é bom ir para montanhas menores ou com custo diário menor, claro.

O outro, a segurança: por ser MUITO LOTADA, a estação se torna perigosa. Muitos iniciantes – alguns bem irresponsáveis – se concentram na parte mais baixa da montanha, o que acaba por “revolver” a neve, criando montes que prejudicam o equilibrio de qualquer um, em especial dos novatos, e levam a quedas seguidas e riscos de choque entre esquiadores.

Tanto que eu e meus amigos classificamos a “pista final” para chegar à base da montanha esquiando de MANICOMIO. E eu desci vários dias da parte do meio da montanha pra base de teleférico justamente para evitar essa parte da montanha.

O fato de os equipamentos não serem bons, em especial nas lojas maiores e mais turísticas, também podem prejudicar sua experiência inicial. Claro, você não precisa do MELHOR EQUIPAMENTO. Mas precisa de algum com um mínimo de conforto, já que estará a forçar bastante seu corpo até aprender a usar sua energia com mais habilidade na montanha.

Muito melhor será você procurar uma estação mais vazia e menor, como falei, como também hoteis como o CLUB MED, em que você terá bons equipamentos, professores quase 24h a disposição e em uma semana REALMENTE sairá de lá esquiando, com segurança.

Fiz até um vídeo sobre o CLUB MED VAL THORENS, na França, caso queiram saber mais sobre isso:

Bom, existem várias outras observações e, principalmente, mais detalhes sobre essas observações que fiz aqui mas se for escreve-las, ficará um post infinito, então vou voltar a indicar o vídeo que fiz sobre esse tema (vide início do post) e também algumas postagens aqui do blog relacionadas:

Qualquer dúvida, deixem nos comentários. Um abraço e até a próxima viagem, bigodudos e bigodudas queridas!

Uma resposta para “ESQUIAR EM BARILOCHE: o que NÃO te dizem sobre esquiar na Argentina.”.

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