Café com Bigode – Viajando por Esporte

Desde 2001 eu tinha vontade de conhecer o Azerbaijão. Morava nos Estados Unidos, e vi uma situação envolvendo eu, uma brasileira, um americano e um azerbaijano me despertou essa curiosidade.

E, enfim, vinte e um anos depois, eu conheci. Se por acaso você quiser saber o que despertou essa curiosidade, depois assiste esse vídeo abaixo, que explico:

Mas agora vamos falar diretamente de Baku. Também temos um vídeo com várias imagens e dicas lá no canal, mas deixo o link ao final do texto aqui do blog.

Baku é a Capital do Azerbaijão, e fica às margens do Mar Cáspio (que na verdade é um lago, o maior do mundo), e tem uma população de aproximadamente 2,3 milhões de habitantes. Uma cidade grande, portanto, sendo, inclusive, a maior cidade da região do Cáucaso

Um dos grandes charmes da sua cidade é a fusão que ela traz entre o super moderno e contemporâneo, e o antigo. Eles conseguiram manter suas construções e arquitetura histórica em perfeita harmonia com o que há de mais moderno, como a foto abaixo ilustra: caminhos da Old Town com as modernas Flame Towers ao fundo:

Baku, cujo nome pode ser interpretado como a “cidade dos ventos”, é uma cidade luxuosa, em que é visível um grande interesse de seu povo pelas famosas marcas de luxo, além de prédios suntuosos, e muito mais.

Nesse aspecto, tem um “que” de Dubai, mas na minha opinião, Baku traz uma riqueza cultural e histórica que não se encontra pelas ruas de Dubai, definitivamente.

Para quem não sabe, o Azerbaijão fez parte da União Soviética, mas é um dos países da região que mais se afastou do seu passado soviético e até mesmo de uma grande proximidade com a Rússia, que existe em muitos dos vizinhos, mas nem tanto no Azerbaijão.

E foi com sua riqueza, advinha, do petróleo que Baku se tornou uma cidade muito moderna, cosmopolita e futurista, com suas ruelas repletas de restaurantes e cafés de alta qualidade.

Mas, vamos às dicas de Baku, separadas nos seguintes tópicos.

1) Onde fica e como chegar em Baku;

2) Qual a língua, a moeda, e no que isso implica na viagem;

3) Segurança;

4) O que fazer em Baku, e quantos dias passar e o clima;

5) O que evitar em Baku;

6) Onde se Hospedar (uma boa escolha pode mudar sua viagem);

7) Curiosidades e o que fazer no entorno da cidade!

8) Por que prefiro ela a Dubai

1. ONDE FICA E COMO CHEGAR

Como já adiantei, Baku fica na região do Cáucaso, que é uma região próxima a alguns conflitos geopolíticos atuais, sendo que o conflito direto do Azerbaijão é mesmo com a vizinha Armênia, sobre a região de Nagorno Karabach, região essa que fica no lado oposto do Azerbaijão, quando comparada a Baku, de modo que não impactará na sua visita à cidade:

E por falar em geopolítica, combinei com o Ederson, do canal Aprendiz Explorador, para que ele fizesse um vídeo falando tudo sobre o Azerbaijão, do ponto de vista de geografia, história e também geopolítica. O canal dele tem vídeos super completos e recheados de informação sobre os mais diversos países e cidades, inclusive aqueles mais inusitados e que as pessoas pouco falam, então se você gosta desse tema e quer aprender mais sobre o Azerbaijão e outros lugares, segue abaixo o vídeo do canal dele sobre esse país:

Voltando à viagem a Baku, para chegar lá, do Brasil, há as opções dos voos da Qatar Airways, de SP a Doha e de Doha a Baku. O da Emirates via Dubai, e o da Turkish, de SP a Istambul, e de lá pra Baku. Todos bem parecidos.

Já o meu voo, como estou morando em Portugal, foi Lisboa-Frankfurt-Baku.

Ah, você vai precisar de visto, mas é EXTREMAMENTE fácil obte-lo, e pela internet. É quase como comprar um ingresso pro país, e pode ser obtido online, por este link: https://evisa.gov.az/en/

2. QUAL A LÍNGUA, A MOEDA E O QUE ISSO IMPLICA NA VIAGEM

A língua local é o azerbaijano ou Azeri, e sua moeda é o Manat, cuja cotação é de 1 manat comprar 3 reais.

A moeda em si não gera muita dificuldade, já que os preços acabam sendo bem próximos à realidade das grandes cidades do brasil, e se você tem um cartão de viagem ou um cartao de crédito sem taxas, poderá usar tranquilamente, seja pagando direto no cartão, seja sacando nas máquinas ATM.

Já a língua, vai gerar alguma dificuldade; nem tanto pra se locomover, já que você poderá usar metrô tranquilamente, em especial se souber falar inglês, ou o Bolt (similar do Uber que existe na Europa e outros países).

Já em restaurantes, lojas, farmácias, bares e, principalmente, nos deliciosos kebabs de rua, se prepare para o velho Mimiquês: poucas pessoas falam inglês. Essa dificuldade não se vê nos hoteis, contudo, e é bem mais fácil achar alguém que pelo menos arranhe no inglês em locais um pouco mais turísticos.

O metrô de Baku, aliás, como quem me segue no tiktok já sabe, é o metro mais barato que já fui na vida! Falo um pouco mais disso tanto lá no TikTok (@cafecombigode) como no vídeo sobre Baku.

Aliás, se você quer ouvir essas dicas recheadas de imagens, abaixo o link do vídeo sobre Baku:

3. SEGURANÇA

A cidade de Baku corre risco muito baixo de terrorismo ou ataques de outros países, já que mesmo a guerra que travou contra a Armênia sempre se manteve especificamente na região de Nagorno Karabach, e olhe que esse conflito é antigo, e faz parte de um dos dias marcantes na história do Azerbaijão, o Janeiro Negro (Qara Yanvar) gerando um belo memorial que mostro no vídeo:

Já nas ruas da cidade, a sensação de segurança é muito boa. Em qualquer ponto da cidade, nunca me senti “seguido” ou “olhado”, tampouco me senti em risco. Além disso, é comum ver mulheres sozinhas, a noite, carregando bens de valor, pelas ruas da cidade, mesmo as mais desertas, o que pra mim é também um sinal de que a população se sente segura.

Mas, nunca é demais ficar ligado. Não vi absolutamente nada de suspeito acontecer, como acontece frequentemente em Paris, por exemplo, mas não custa ficar atento, né.

4. O QUE FAZER E QUANTOS DIAS PASSAR

Cheguei a ver alguns blogs falando que um dia seria suficiente, outros 3 dias, e eu discordo absolutamente disso. Salvo se seu estilo de viagem for só o de chegar em pontos turísticos famosos, tirar foto e voltar pro hotel, não há como conhecer Baku em 1 dia, e será BEM CORRIDO fazê-lo em 3.

Mas se você realmente gosta de conhecer o lugar, seus diferentes bairros, cafés, caminhar pela cidade, conhecer os parques, a cultura, a comida, então, na minha opinião, você não fará isso com qualidade em menos de 3 dias inteiros na cidade.

No vídeo sobre Baku – cujo link deixei acima – falo em mais detalhes, e acompanhado de muitas imagens, sobre os pontos a visitar em Baku, mas vou listar alguns imperdíveis aqui:

• Icheri Sheher – Cidade Velha de Baku (Old Town)
• Maiden Tower (Torre da Donzela), antiga e com história curiosa
• Flame Towers, as super modernas
• Museu do Tapete
• Mini Veneza
• Baku Bulvar (Baku Boulevard)
• Fountain Square (repleta de restaurantes e cafés)
• Centro Heydar Aliyev, mais afastada no centro e imperdível para amantes da arquitetura moderna.

O lugar mais charmoso da cidade, pra mim, é dentro da Cidade Fortificada, ou a Old Town: construções e ruelas em arquitetura local e super bem conservadas, bons cafés, restaurantes, rooftops, e tem a Maiden Tower, ou torre da donzela, um dos mais famosos pontos turísticos de lá.

Já aquele lugar que todo turista gosta de passear, porque é mais cosmopolita, tem muitos bares e restaurantes, etc., é na Fountain Square, em especial nas ruas dela até o Baku Boulevard. Se você não sabe o que ou onde comer, basta vir dar um passeio aqui que vai encontrar excelentes opções.

Em relação ao CLIMA E QUANDO IR, sugiro apenas que não vá no verão, porque o calor será sufocante. No inverno, faz um frio no estilo Sul do Brasil, e na primavera, quando fui, faz um calor aceitável de dia (até gostoso pra quem gosta de calor), com uma brisa fresca, e a noite fica bem agradável.

Lembrando que, estando no hemisfério norte, o verão em Baku é durante o inverno no Brasil, e vice versa.

5. O QUE EVITAR

Bom, quanto ao que evitar, é basicamente o que evito em toda cidade do mundo: taxi! O custo de um taxi do aeroporto, por exemplo, pode ser 6 a 7 vezes maior que um Uber ou Bolt. Além disso, eles não falam inglês (ou preferem não falar, para não ter que negociar rs). Falo disso em mais detalhes no vídeo.

Evite também ficar sem INTERNET. No aeroporto há WIFI, e nas ruas mais movimentadas, como na região da Fountain Square, há diversas lojas das empresas de telefonia que vendem chips.

Ficar sem internet pode te trazer dificuldades para se locomover, seja pelo uso do Google Maps ou para chamar um Uber-Bolt, e você ficará nas mãos dos taxistas.

7. ONDE SE HOSPEDAR:

A ideia aqui não é falar de hoteis, especificamente, apesar de que vou dar sugestões, mas sim da LOCALIZAÇÃO. Eu, como sempre – e quem segue o canal já sabe – me hospedei em 3 hoteis, em 3 locais diferentes.

A maior dica que posso dar é que fiquem próximos à região mais central da cidade, próxima da Cidade Antiga ou da região do Baku Boulevard (considere olhar a região dos hoteis Hilton, JW Marriot Absheron e Four Seasons, que é uma região muito boa).

Como os hoteis acima são bem caros, a minha sugestão é que fiquem na região do Winter Park, seja no Winter Park Hotel ou no Courtyard Marriott, um hotel lindíssimo, que é uma região a 5 minutos a pé da fountain square, ou na zona próxima ao Metrô Sahil, como o Hilton, JW Absheron, Four Seasons que falei acima.

Mas atenção: essa região fica BEM “cercada” e com difícil mobilidade na época da Formula 1. Aliás, na época da F-1 provavelmente você nem conseguirá se hospedar aí, porque os principais hoteis daí ficam reservados pelas equipes, imprensa etc..

Se você quer saber como foi a Formula 1 em Baku (sim, eu fui), confere o artigo sobre isso aqui no blog, ou o vídeo lá no canal do youtube!

Há ainda alguns hoteis bem interessantes também na Old Town, que podem ser uma ótima opção, já que a Cidade Antiga é próximo aos demais pontos mais interessantes da cidade, além de contar com estação de metrô.

8. CURIOSIDADES E O QUE FAZER NO ENTORNO DE BAKU

Primeiro, uma curiosidade que, pra mim, é negativa: é um país em que se fuma muito, inclusive em lugares fechados. Os restaurantes mais internacionais e os hoteis até possuem áreas de não fumante muito bem segregadas, mas em outros lugares, você não terá escapatória. É tão comum fumar que um motorista do BOLT até me ofereceu um cigarro!

Quanto à vestimenta, que pode ser uma preocupação de muita gente, em especial das mulheres, não se preocupe. Você verá pouqíssima gente de burca, e muita gente com roupas, digamos, completamente ocidentais. Inclusive, o povo Azeri é um grande fã de marcas de grifes internacionais. Mas, como você será um turista, e poderá ser facilmente notado como tal, é bom evitar roupas que chamem atenção por serem curtas, decotadas etc.. Afinal, estamos em outro país, outra cultura, então não há porque não ser um pouco mais cuidadoso e conservador nessa hora, inclusive para evitar que exista qualquer tipo de stress na sua viagem.

PASSARELAS SUBTERRANEAS pra todo lado: o trânsito na cidade é bem caótico, tem buzina pra todo lado, gente apressada dividindo faixa, cortando o outro mas, curiosamente, eles também param na faixa para você atravessar.

Quanto ao que fazer fora da cidade, três são os passeios mais famosos: visitar o Yanar Dag, que é um local em que há pequenos e contínuos incêndios causados pelo gás natural saindo da terra, os Vulcões de Lama de Gobustan, e a visita a vinícolas.

Como esse blog e o canal é tudo sobre sinceridade, e não fingir que tudo é maravilhoso em toda viagem, não os faria de novo. Talvez o das vinícolas, mas porque sou fã de vinho e de vinícolas. Os outros, ok, são interessantes, mas não acho que vale o custo.

Se você está com tempo sobrando na cidade – não foi o meu caso, já que metade da viagem foi dedicada à Formula 1 – aí sim, acho que pode valer a pena.

Mas não trocaria os passeios pela cidade, ainda que as “caminhadas livres”, por estes.

9. POR QUE PREFIRO BAKU A DUBAI

Baku é uma cidade muito mais viva, real e não fake, com cultura local encantadora, do que cidades como Dubai, por exemplo. Ao contrário de Dubai, que é dominada por turistas e imigrantes sedentos pela busca do luxo máximo, Baku é uma cidade que, digamos, realmente tem uma população local, que lá vive e que em sua própria cultura.

Vejo muita gente sempre querendo ir a Dubai, mas pra mim, Dubai é uma cidade completamente fake, artificial, e prefiro muito mais cidades como Doha e, agora, Baku. Pelo menos essa foi minha impressão de Dubai em 2014. Esse ano vou voltar lá, e vamos ver se mantenho a opinião.

E por hora, é isso: se tiverem alguma dúvida sobre Baku, podem deixar comentários aqui ou no vídeo que irei responder!

Um abraço, bigodudos, e boa viagem!