Parte 5. Experiências de uma viagem à Escandinávia: Dinamarca.

Dinamarca. País de quase 6 milhões de habitantes e que tem como capital a bela, cosmopolita, divertida e cheia de personalidade Copenhague, ou København.

Confesso que dos três países nórdicos, o que eu menos conhecia era a Dinamarca, o que foi mudando ao longo da viagem de navio de Oslo para Copenhague, já que Suzana estava lendo, justamente, o livro de uma inglesa que estava a viver na Dinamarca há alguns anos, e falava das diferenças culturais e das peculiaridades dos dinamarqueses.

E são algumas diferenças bem curiosas, e bem… digamos, “vikings”! rs Por exemplo: você sabia que os dinamarqueses, se veem seu filho cair e se sujar no meio da rua, simplesmente mandam que se levante e pouco se preocupam? Ou que tratam a briga entre pessoas como algo normal? Não a violência, vale ressaltar, já que é uma das cidades mais seguras do mundo e um dos países mais felizes do mundo. Mas a briga é vista como algo natural e até saudável. Herança viking, talvez?

Na verdade, desde cedo as crianças são levadas a conhecer as partes “brutas” da vida. Lá, pela escola mesmo, elas sobem em árvore, aprendem a cortar madeira, trabalhar com facas e a se virar muito melhor na natureza.

Outra curiosidade: a Dinamarca tem uma lista de 7000 nomes pré-aprovados em que os pais podem escolher para nomear seus bebês. Mulheres delicadas e submissas? Não meu caro, você não verá isso na Dinamarca.

Mais uma? Eles costumam considerar os cemitérios como parques, aparentemente sem ter nenhum receio ou medo de visita-los.

Aliás, você sabia que o querido brinquedo LEGO, é uma abreviação das palavras dinamarquesas leg godt, que significam “brincar bem”? A empresa foi fundada em 1932 por um dinamarquês chamado Ole Kirk Christiansen, e bem perto de Copenhague fica a “Cidade do Lego”.

Além disso, é uma cultura que ama a arquitetura (falarei disso melhor adiante, porque é impressionante), ama os alimentos orgânicos, possui licença maternidade e paternidade de longa duração, etc.. Brutos, mas educados. Vikings pós-modernos e elegantes.

Pois bem. Toda essa beleza – física e cultural – foi percebida logo na chegada à cidade, com diversas residências/prédios com arquitetura super bonita mesmo em bairros mais “periféricos” e “humildes” da cidade. Mais no centro de Copenhague, seja na Ópera, seja em outras construções, percebe-se o incrível apreço do Dinamarquês pelo design e pela arquitetura.

Entre as belíssimas construções antigas, e as moderníssimas construções novas, se vê uma cidade muito bem organizada, limpa, com seus cidadãos se locomovendo intensamente de bicicleta para um lado e para o outro, pedalando de terno e gravata, inclusive. Ah, e com elegantes capas de chuva, já que em Copenhague chove ou neva em média 171 dias por anos.

Pois bem. Um dos nossos primeiros passeios turísticos foi a visita a uma falada “Pequena Sereia”, que ficava bem próximo ao Hotel e no caminho do “Museu do Design”. Um daqueles pontos turísticos ultra-visitados mas difíceis de explicar. Vejam:

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Conseguiram achar a Sereia aí? Eu, particularmente, achei sem graça e sem justificativa para tantos ônibus cheios de turistas se destinarem ao local como se fosse algo imperdível. Ainda que seja um monumento com muita história (não sei se é), eu gostaria de ler a história, mas não faria questão de visitá-lo.

De lá seguimos ao destino principal, o Museu do Design, e esse sim impressionou:

A cadeira gigante fica logo na entrada, e é bem curioso ver o tamanho das pessoas perto dela. A foto do meio, é um gaveteiro em forma de livros, e a da direita, um hall com a história das cadeiras mais famosas do mundo.

Além de belos objetos de design, o mais curioso é perceber que muitas das coisas que admiramos e utilizamos no nosso dia a dia são fruto da criação de designers ultra-detalhistas e, muitas vezes, datadas da década de 40 ou 50, e que ainda hoje parecem super modernas.

Outra preciosidade a ser visitada na cidade é o Museu da Arquitetura: logo na entrada, você recebe um cartão, e com ele vai respondendo perguntas (basicamente sobre seu gosto ou opções relacionadas a arquitetura) em totens ao longo do museu para, no final, descobrir onde você moraria se fosse um dinamarquês, e quais seriam as características mais marcantes de seu local de residência. Bem legal.

O museu em si conta a história da arquitetura de uma forma bem inclusiva, ou seja, nos mostrando a importância que essa ciência tem em nosso dia a dia, algo que, muitas vezes, passa completamente desapercebido. O valor dado pelos Dinamarqueses à arquitetura e ao design é realmente de impressionar.

Aliás, sugiro que vejam, na série Abstract da Netflix, o episódio do fantástico arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels. É filmado em Copenhague e mostra um pouco disso tudo.

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Acima algumas imagens que encontramos no museu, incluindo a transformação de Dubai em ponto turístico mundial, muito em função dos investimentos em arquitetura, bem como uma foto do Brasil: Paraisópolis x Morumbi, tudo devidamente contextualizado e bem explicado.

Passada essa parte de museu, claro, tivemos que visitar a famosa Christiania! Fotos? Só uma, na entrada, já que lá dentro fotos não são permitidas:

Para quem não sabe, Christiania é uma “cidade” dentro de Copenhague. Uma verdadeira comunidade hippie moderna, onde a polícia “não pode” entrar, ou melhor, não entra, e onde a comercialização de drogas – em especial maconha – é feita ao ar livre, em forma de verdadeiras feirinhas de maconha.

A primeira impressão assusta: parece que estamos entrando em uma rua de viciados, uma verdadeira cracolândia. Mas passado o medo inicial, percebe-se que é uma comunidade amigável, bem cuidada na medida do possível (lembre-se que é um estilo de vida “hippie” que impera lá dentro), com bares e shows de música, além da feirinha de maconha, que vende os mais diferentes tipos da erva. Há umas pessoas com “a cara do viciado”, e meio baixo-astral também, mas onde não há, correto?

Além disso, há sinalização no sentido de que armas não são permitidas nem bem-vindas, o que reforça o caráter “hippie” dessa comunidade peculiar, inserida dentro de Copenhague.

E é isso. Infelizmente, no planejamento de viagem, erramos ao destinar apenas 2 dias para Copenhague. Trocaríamos um dia de Oslo por mais um de Copenhague facilmente, e ainda daria pra estender a viagem para ganhar um outro dia por lá, já que a cidade é repleta de coisas para fazer. Ah, e uma das mais caras da viagem também, vale dizer.

De lá, pegamos o voo para o Brasil e encerramos nossa lua de mel que, ao menos para nós, foi fantástica, divertida e enriquecedora (culturalmente né, porque financeiramente é empobrecedora).

Na última noite, a ideia foi curtir um momento “Hyggie”, como dizem os dinamarqueses, quando se referem àquele momento em que você desliga os gadgets eletrônicos, acende umas velas, fica em frente a lareira, tomando um vinho e conversando um pouco. Esse “momento Hyggie” é outra tradição das famílias dinamarquesas que eu, particularmente, já importei pra minha! rsrs

Abraços e até as próximas.

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