Parte 2. Experiências de uma viagem à Escandinávia: Estocolmo, Suécia.

Finalizamos a última postagem com a despedida de Tallinn, Estônia, caminho de Estocolmo, Suécia. E qual a melhor forma de fazer isso? Navegando pelo Mar Báltico, é claro!

Para isso, pegamos um “Ferry”, que não lembra muito os nossos Ferry´s Boat baianos, mas sim verdadeiros navios de cruzeiro, que de fato levam carros:

Quando entramos no “Ferry”, ficou confirmada a impressão de que é realmente um cruzeiro: bares, restaurantes, shows, cassino e, claro, as cabines para dormir, já que a viagem começa as 18h em Tallinn, para se encerrar as 11h da manhã seguinte em Estocolmo. Uma bela chegada, por sinal:

Estocolmo está situada sobre 14 ilhas no centro-sul da Suécia, e isso é facilmente percebido em passeios pela cidade, já que por mais distante que você vá, eis que, de repente, lá está você ao lado da água novamente. Não a toa, ela vem se tornando ponto turístico relevante, e até chamada de “Veneza do Norte”.

Se você consultar o Google sobre essa cidade, irá ler que

“Estocolmo é conhecida pelos seus edifícios e monumentos extremamente bem preservados, por seus arborizados parques, por sua riquíssima vida cultural e gastronômica, e pela gigantesca qualidade de vida que oferece a seus moradores”

E é exatamente isso que achamos dessa cidade. Essa mistura de grandes construções antigas e monumentos, tudo muito bem conservado, com a presença constante do mar no seu entorno e seu estilo claramente sustentável – como de praxe na Escandinávia – ou seja, com muito verde, carros elétricos, águas não poluídas etc., fazem de Estocolmo uma das cidades mais agradáveis que já visitei.

Também a qualidade de vida é verdadeiramente alta, e daí não tiro da minha própria opinião, por ser mero turista, mas de um amigo de infância com quem encontrei na cidade; ele vive lá há 11 anos, e apenas confirmou e reforçou nossas impressões sobre Estocolmo e a Suécia.

CURIOSIDADES – O país que não gosta de dinheiro

A primeira curiosidade, que de cara me fez um fã da cidade (e do país): eles, como eu, odeiam dinheiro. Calma, falo de dinheiro em espécie! rsrs

Mas antes, se você quiser ver o vídeo que fiz no canal do Youtube com belas imagens da cidade, basta clicar abaixo:

A Suécia é provavelmente o país onde o dinheiro é menos utilizado no mundo! Em 2016, menos de 1% do valor das transações financeiras no país (incluindo o pagamento daquele cafezinho) foram realizados com uso de notas ou moedas, e menos de 20% dos pagamentos em si foram realizados em papel!

Eu mesmo, em 5 dias lá, não vi nem como se parece uma nota de SEK (Coroa Sueca). Por lá, é mais do que comum entrar em bares, restaurantes e cafés e se deparar com avisos como esses abaixo:

E esse não é o único avanço alcançado por lá nas transações financeiras. Eles implantaram também um sistema chamado “Swish”, que já é usado por mais de 50% da população, que permite que sejam feitas transações financeiras bastando digitar no celular o número de telefone da pessoa ou empresa a quem deseja transferir uma quantia, seguido por um código de segurança. A transação se dá em tempo real: em questão de segundos, pisca no celular de quem recebeu o dinheiro a mensagem de que a quantia entrou em sua conta bancária.

É dessa forma que a Suécia pretende banir o uso de dinheiro em espécie até 2030 (não tem como não amar um país desse!!!).

Outra curiosidade: não encontrei bem qual seria o prato típico da Suécia – se houver – mas notei que diversos lugares servem “meatballs” (almondegas). E, em uma pesquisa, encontrei um local curioso: “Meatball for the People”, um restaurante localizado numa zona residencial, cuja ideia é servir os mais diversos tipos de meatball (tem mais de 8 tipos de carne, e até vegano) a preços mais justos (o que, para o brasileiro na Suécia, continua caro!!! rs).

A comida lá é boa, o ambiente bacana, e a cerveja, também deliciosa. Recomendo:

Ah, outra coisa: você pode não saber, mas a Suécia é o berço de empresas que muita gente considera americanas: Spotify, H&M, Electrolux, Volvo e a IKEA, pouco conhecida de muitos brasileiros, mas uma das maiores lojas de móveis e afins da Europa. Uma super TOK&STOK!

TRANSPORTES – Trem, metrô, bonde, ônibus barcos, e até carro!

Se locomover por Estocolmo é fácil: qualquer opção acima funciona pontualmente, com conforto e eficiência. A depender do seu destino, sua dúvida será apenas que meio de transporte utilizar, já que terá várias opções. Como turistas que somos, usamos o ônibus “HOP ON HOP OFF”, incluído no Stockholm Pass (que recomendo!), e que circula pelos pontos turísticos da cidade – o que acaba cobrindo quase a cidade toda – permitindo que você suba ou desça em qualquer das paradas.

TURISMO – Não falta opção

Imperdível, pra mim, é o Vasa Museum. O Vasa é um navio que foi construído em 1626, sendo considerado à época o mais potente navio de guerra já construído.

Contudo, algum erro de engenharia o fez afundar após velejar menos de 2 quilômetros. Isso mesmo, menos de 2km!!! Por que, então, admirar este navio?

O que se admira é o que aconteceu depois. Por volta de 1950, ou seja, mais de TREZENTOS ANOS depois, o Vasa foi localizado na saída da Baia de Estocolmo, e o governo sueco não só conseguiu retira-lo do fundo do mar quase intacto, em 1961, após um trabalho hercúleo (um vídeo no Museu mostra como isso ocorreu. Imperdível), e em 1987 foi colocado no Museu do Vasa.

É incrível ver esse gigantesco navio, que ficou mais de 300 anos naufragado, da forma como ele se encontra no museu: praticamente intacto, e 98% original.

Outro ponto turístico relevante da cidade é a Gamla Stan, situada na ilha de Stadsholmen. É a “cidade velha” de Estocolmo, classificada como parte medieval da cidade.

Não achei muitas características medievais, mas é um bairro bem charmoso, antigo, e, como tudo na cidade, extremamente bem conservado:

Diversos outros pontos são muito interessantes de serem visitados, como o Skansen (museu a céu aberto, que replica arquitetura da cidade em épocas diferentes), o City Hall (Prefeitura), que possui um belo parque ao seu fundo, com bela vista da cidade, o Palácio Real, ainda utilizado em eventos oficiais da Família Real, e que fica próximo ao hotel que ficamos (Grand Hotel Stockholm), que também é, de certa forma, um ponto turístico, por ser um dos mais tradicionais da cidade.  Um ótimo hotel, com ótima estrutura, mas talvez por seu tamanho (muitos quartos), acaba tendo um atendimento um pouco confuso, pouco pessoal. Não sei se indicaria para uma lua de mel, como foi nosso caso; talvez hajam opções de hotéis menores, mais intimistas, que seria melhores para momentos como esse.

Há ainda o Drottningholm Palace, o palácio em que a família real realmente vive. Além de ele ser bonito, seu entorno é belíssimo. Fizemos uma visita rápida, graças ao amigo João (Kabelo!!), mas quando voltarmos a Suécia, visitaremos com mais calma. A forma ideal de ir, dizem, é de barco. Além disso, há o Museu da Fotografia, de História Nórdica, e diversos outros “pontos turísticos oficiais”. Recomendo, muito, a compra do Stockholm Pass, que além de te dar acesso a todos eles, de forma muito fácil (QR Code no celular), ainda da acesso ao transporte público, aos ônibus e barcos “Hop on Hop Off”, etc.. Vale o que custa, com certeza.

Mas independente de pontos turísticos oficiais, não deixe de se perder pela cidade: qualquer canto dela é para ser admirado e curtido.

Da Suécia, com dor no coração, nos despedimos de trem para Oslo. Mas aí é assunto pro próximo post.

Abraços e até lá!

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