Café com Bigode – Viajando por Esporte

Em uma série de 5 postagens, resumirei belas experiências da minha viagem de Lua de Mel pela Estônia, Suécia, Noruega e Dinamarca. As 5 postagens, uma a mais do que o número de países, fica por conta dos Fjordes Noruegueses, que merecem uma postagem exclusiva.

Neste primeiro, falaremos da pequena e agradável Estônia, pequeno país de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes, e que se situa nas proximidades da Letônia, Finlândia, Rússia e Suécia, sendo visível em sua capital, Tallinn, a influência de todos esses países, em especial da Rússia, dado que a Estônia fez parte da União Soviética, tendo se tornado independente apenas em 1991, e ingressado na União Europeia em 2004. Eis onde ela se localiza:

A capital da Estônia, Tallinn, tem cerca de 400 mil habitantes, e ainda que em um breve passeio por essa romântica cidade, é possível perceber claramente sua história recheada de tempero Medieval e Soviético, em especial em seu centro histórico (Old Town), ponto de visita obrigatória. Mas já chegaremos em algumas dicas de viagem.

Antes de continuar, uma mensagem: caso você prefira conhecer mais da Estônia em formato de vídeo, confira o vídeo que fiz sobre lá no canal do Youtube (‘Café com Bigode”)

Mas caso prefira no formato escrito, sigamos!

Por hora, gostaria de compartilhar algumas impressões que tive após um papo com alguns locais:

1) Eles não tem NENHUM orgulho de seus tempos de integrante da União Soviética. Dúvida? Pois eles ainda estudam DEMOLIR (isso mesmo, destruir, demolir) a belíssima catedral de clara influência russa que fica no coração da cidade, a Catedral de Alexandre Nevsky, construída em 1900. Veja ela abaixo, em duas fotos:

Acho que isso é prova suficiente de que eles não guardam boas lembranças do tempo de domínio soviético, não? Demolir essa bela catedral não é uma decisão fácil, e só seria cogitada como forma de apagar parte desse passado que, para eles, é “desonroso”.

2) Eles se orgulham, isso sim, da modernização pós-URSS e de estarem a se tornar o “Vale do Silício” europeu.

Isso mesmo, Tallinn vem se modernizando de forma extremamente veloz. É um dos únicos – senão o único – país do mundo em que quase 98% da população está cadastrada digitalmente pelo governo, precisando de um único documento para fazer praticamente tudo que a vida cotidiana exige, inclusive compras.

No mundo offline, esse documento de identificação único, equipado com chip, pode ser usado como carteira de motorista, passaporte e vale-transporte, além de garantir desconto em lojas físicas (a versão mobile dispensa até mesmo esse cartão físico).

Já no mundo online, permite efetuar pagamento e outras transações bancárias, fechar contratos, ter acesso ao histórico médico, e, até mesmo, VOTAR. Isso mesmo, os estonianos votam pela Internet, e de forma 100% segura.

Essa sociedade digital permite que os estonianos economizem 5 dias inteiros por ano que seriam gastos com burocracia, e evitam a impressão do equivalente a uma Torre Eiffel por ano em papel. Há também alguns contratempos, típicos da era digital, como preocupações com segurança de dados por exemplo, mas os estonianos parecem entender que os riscos são muito inferiores aos benefícios.

Tudo isso, somado ao fato de que já existem mais “startups” per capita do que no Vale do Silício californiano, muitas delas verdadeiros “unicórnios” (startups que ultrapassam o valor de US$ 1 bi), deram a este pequeno país o título de e-Estonia.

Uma das mais famosas startups nascidas lá é o Skype!

Imagine que para registrar uma empresa o estoniano leva apenas 18 minutos, e para declarar o Imposto de Renda apenas 5 minutos. Bem diferente do nosso Brasil, hein?

3) Mesmo modernos, eles preservam como ninguém sua história medieval e sua “Old Town”, tendo sido considerada a cidade medieval mais bem conservada da Europa.

Em um breve passeio pela bela “Old Town”, ou centro histórico da cidade, é possível perceber tanto no Portão da Cidade, ou na muralha plenamente preservada, como nos restaurantes antigos (não só de aparência), nas vestimentas dos garçons, nos copos de Chopp, que o charme medieval de Tallinn é tratado com muito carinho, e muito bem conservado.

Uma aura leve, romântica e tranquila paira por toda essa pequena cidade, que também tem seu centro em que a construção de arranha-céus e prédios modernos avança a passos largos.

Já se convenceu de que “Estônia” não é “fim do mundo”, simplesmente porque você não conhece bem o país? Pois então passemos a algumas dicas, caso você resolva visita-la.

1. Como já dito, o passeio por Old Town é obrigatório. Não fomos no “Olde Hansa“, restaurante dos mais antigos e tradicionais da cidade, mas ele é muito bem indicado, e serve comida medieval também (inclusive muita carne de caça, até mesmo de Urso).
   É lá também que fica a Catedral de Alexandre Nevsky, e diversos outros pontos turísticos da cidade.
2. Ainda em Old Town, um passeio ao lado da Muralha é bem interessante. Subi-la também é legal. Não há nada demais, mas é algo interessante, que vale os 3 euros cobrados.
3. No caminho para o nosso hotel (Swissôtel), que fica no centro mais moderno da cidade, encontramos um bairro residencial novo, moderno, que é o das fotos acima. Nele, há uma pequena ruela com diversos bares e restaurantes. Para os que gostam de programas menos turísticos, e na presença de mais “locais/nativos”, vale muito a pena visitar. O bairro é lindo, moderno, agradável, e os restaurantes são ótimos!
4. Não deixe também de visitar o museu da KGB e sua prisão, que funcionou até meados do ano 2000, e era o local em que se faziam testes macabros em seres humanos durante a Guerra Fria (quiçá depois também).

Ah, e jantem no Pegasus! Atendimento e comida especiais:

Se você vai à Finlândia, Rússia, Suécia e região, com certeza vale a pena dar um pulo em Tallinn.

De lá, pegamos um Ferry (que é na prática um navio de Cruzeiro que leva carros) para a Suécia, em uma viagem agradável que leva em torno de 20 horas pelo Mar Báltico.

Mas isso é assunto para o próximo post. Abraços